Comprando casa em Ubatuba

Olá!

Hoje vou iniciar um novo assunto por aqui: nossas experiências (minha e do meu marido) na compra e reforma da nossa casa em Ubatuba, com pouco dinheiro!!

Sim, porque ter dinheiro para comprar uma casa perfeita e/ou ter dinheiro para a reforma é fácil, o problema é realizar um sonho com pouco dinheiro.

Assim, vou contar aqui como e porque escolhemos nossa casa, porque muitas vezes nos arrependemos de ter comprado essa casa e como temos resolvido os problemas encontrados com pouco ou nenhum dinheiro. O primeiro post será nossa vivência na escolha da casa.

Vamos lá?!

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Quais eram nossas exigências para comprar uma casa

Ubatuba é uma cidade do litoral norte de São Paulo, com praias paradisíacas e visitada por milhares de turistas todos os anos. Não é por este motivo que estamos aqui. Apesar do meu marido sempre desejar morar na praia, Ubatuba foi escolhida porque se tornou seu lugar de trabalho.

Na verdade, achei que esse emprego seria temporário, e não me preocupei muito com isso, uma vez que eu moro e trabalho em São Paulo. Mas eis que as condições de trabalho dele melhoraram e ele resolveu ficar.

Ele morou de aluguel 1 ano, depois compramos uma quitinete e então partimos para uma casa maior.

E combinamos que compraríamos, e compramos, uma casa nas seguintes condições:

LOCALIZAÇÃO

1. Ser perto do trabalho

Ubatuba é uma cidade extensa, com aproximadamente 70km de litoral e a única via de acesso é a Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego (SP-55 / BR-101), que cruza toda a cidade. É por meio dela que se desloca pela cidade, não há vias alternativas (veja observação – 1).

Na temporada e em feriados essa estrada fica quase intransitável, o que nos fez pensar seriamente sobre a praia/bairro escolhido para se morar. Como ele trabalha no Saco da Ribeira, sabíamos que deveríamos ficar entre a Praia da Toninhas e a Praia da Logoinha, limites máximos para se ficar menos tempo parado no trânsito nas épocas mais complicadas.

Acabamos comprando a casa no Lázaro, que dá para ele ir de biblicleta e até a pé para o trabalho.

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Ubatuba – da Praia da Lagoinha à Praia das Toninhas

2. Ficar entre a estrada e a praia

A Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, que, como vimos, cruza Ubatuba, fica sempre paralela à praia. Em algumas praias existe uma faixa de terra com casas entre a estrada e o mar, mas em outras não.

Não queríamos ter que atravessar a estrada para chegar no mar, por isso procuramos muito e descartamos muitas casas. A estrada movimentada torna perigosa sua travessia – pensávamos na nossa família também. Além disso, queríamos que fosse perto da praia.

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Rodovia sentido Rio de Janeiro. Foto: http://www.praias-360.com.br/sao-paulo/ubatuba/praia-do-lazaro

Em algumas praias as casas que ficam entre a estrada e o mar, estão em condomínio fechado, como por exemplo na Lagoinha. No Lázaro algumas estão em condomínio fechado e outras não – esse foi mais um motivo que nos levou para lá.

3. Ficar longe de antenas de telefonia 

Este era um outro ponto no qual pensamos muito. Estudamos sobre os malefícios de morar perto de uma antena de telefonia, e depois da leitura de vários artigos continuamos na dúvida.

Embora os poucos estudos que têm sido realizados em adultos mostram nenhuma evidência de ligação entre exposição a campos eletromagnéticos e câncer em adultos, como leucemia, câncer no cérebro ou de mama, a NIEHS recomenda educação continuada sobre formas práticas de reduzir a exposição a campos eletromagnéticos. [1]

A mac.arq, empresa que trabalha com consciência ambiental apresenta uma matéria em seu site (mac.arq.br) onde diz que “Antes de comprar ou alugar a casa, é altamente recomendado avaliar o ambiente da mesma: se não há linhas próximas de potência (a 150 metros), os transformadores elétricos, a empresa que fornece energia elétrica (logo abaixo do piso), antenas telefonia móvel, antenas Wi-Fi, radar, televisão e rádio, etc… Em alguns casos, as fontes de emissão podem ser camufladas, por isso é muito importante fazer esta checagem no bairro”. [2]

Assim, resolvemos que não queríamos isso.

Se fosse uma casa para temporada, talvez não déssemos tanta importânca a este quesito.

O Saco da Ribeira foi um bairro bastante cotado, por ter casas e apartamentos que se encaixavam perfeitamente nos nossos gostos e necessidades, mas é um bairro que tem várias. Um dos imóveis que gostamos estava entre 3 antenas.

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Saco da Ribeira – Ubatuba

4. Ficar fora de condomínio

O condomínio logicamente fornece certa segurança, mas o preço, principalmente nas praias ali da redondeza são elevados. Se tratava de um custo que não queríamos ter.

Isso fez com que visitássemos as ruas das casas que gostávamos em vários momentos do dia, e principalmente à noite. Pensávamos como seria chegar em casa tarde da noite, observávamos a vizinhança, quantas casas ao redor eram de veraneio e quantas realmente moravam pessoas, enfim. Tudo isso foi considerado.

ESTRUTURA

1. Ser uma casa térrea

Comprar uma casa cara com um longo período de financiamento, e chegando perto do 50 anos, nos fez refletir também sobre a nossa velhice. Sim, todos nos tornaremos idosos e paramos para pensar como seria a velhice tendo que subir e descer escadas.

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http://www.pixabay.com (https://pixabay.com/pt/idade-s%C3%A9niores-nuvens-pensionistas-2814935/)

Não se vende uma casa fácil em Ubatuba, não dava para pensar: vamos curtir agora, depois a gente vende e compra outra. Foi tipo casamento mesmo – até que a morte nos separe, kkk. Por isso também, tantas exigências.

2. Ter telhado com laje

As casas em Ubatuba, com preço acessível para nós, eram em sua grande maioria velhas. É comum seus proprietários não cuidarem muito, ficam nas mãos de caseiros e algumas são constantemente alugadas.

Os telhados são geralmente feitos em madeira com telhas de cerâmica. Tínhamos muito receio de comprar uma casa com o telhado comprometido ou de ele vir a dar muito trabalho e gastos. Queríamos que fosse uma casa com laje, o que também restringiu muito as possibilidades.

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Nossa casa – teto da sala – laje em concreto

Não pense que as lajes não dão manutenção, isto é uma doce ilusão (vou contar depois os problemas que tivemos), mas acreditamos que madeira e telhas são muito piores.

Ah, as casas com lajes são muito mais quentes!

3. Ser independente – não ser geminada

As casas geminadas são aquelas que compartilham o mesmo telhado ou a mesma parede com uma ou mais casas.

A primeira observação é em relação ao barulho: em casas geminadas você ouve muito mais o barulho do seu vizinho. E vamos lembrar que em cidades turísticas geralmente as casas são muito mais utilizadas por pessoas que alugam do que por seus proprietários.

E mais um detalhe: na grande maioria das vezes são turmas de jovens que alugam as casas – pensou nas festas e baladas? Então!

Outra observação é em relação a manutenção de telhados e paredes. Por mais que você seja uma pessoa cuidadosa, se seu vizinho não for, você corre sérios risco de ter problemas com a estrutura da casa.

Assim, casas geminadas descartadas.

Você também quer comprar uma casa? Espero que estas observações te ajude!

Bjus e até o próximo post!

Observações:

1.  Existe uma estrada pequena que liga o Rio Escuro (Bairro próximo à Praia Dura) ao Jardim Carolina (já na estrada que dá acesso a Rodovia Osvaldo Cruz, que liga Ubatuba a Taubaté), a Estrada Monte Velário. É em sua maior parte asfaltada, mas o trecho que não tem asfalto é meio complicado.

Referências

1. Nascimento, Simone M. C. Ondas eletromagnéticas e o impacto na saúde humana. Revista Direito Ambiental e sociedade, v. 7, n. 2, 2017 (p. 203-227). Disponível em: file:///C:/Users/enfde/Downloads/4054-21478-2-PB.pdf

2. Como reduzir a contaminação eletromagnética em sua casa. Disponível em: https://mac.arq.br/como-reduzir-campos-eletromagneticos-em-sua-casa/

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